Eu deixo pra depois.
O que eu não posso.
As coisas que não são
pra hoje.
Deixo pra depois
da letargia.
Deixo sequenciadas dentro
da pasta que guardo em mim.
Datilografadas numa folha amarela
com pequenos pássaros marrons.
Deixo minhas tempestades.
Meus raios solares que atravessam
janelas de vidro.
Minha perplexidade, e alguma mecha
do meu cabelo; para que se guarde a cor.
Eu deixo sorrisos soltos e talvez raros,
mas de grande verdade.
Eu deixo pra depois que se passem
as coisas que são necessárias.
Um veio que sempre corre molhando
a esperança, quando ela ameaça secar.
Deixo um par de tênis velho para tardes
de outono, e um olhar de cílios
longos, de onde saem toda luz que preciso!
È uma pasta pequena, mas onde cabem
todos os sonhos do mundo!
Um comentário:
Deixe o velho para trás.
Novas descorbetas.
o Presente ainda está aqui.
Desembrulhe, abra, comemore!
Abraços.
Carpe Diem
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