È preciso não precisar...
Como não se notar a respiração;
o batimento do núcleo.
È preciso largar aberto as portas,
as passagens, os sonhos...
Não se prender á coisas que prendem,
Dominar o domínio.
È preciso o cuidado do desapego;
lamber os lábios ao sabor do medo,
mas sempre deixar ir, correr os pingos
da chuva, as folhas ao vento...
Desapego; fotografar o vento!
Há tempos que são longos e monótonos...
A vida ia, os olhos viam, mas não queriam
pra si, guardavam , como cores na íris inquieta
e deixavam ir, toda aquela embolia, a folia da vida!
È preciso deixar de querer como seu, o mundo, as coisas, o ser!
È preciso não querer modificar os caminhos...
A saliva se faz sem esforço, o osso, o sangue que tece e fia
a bomba que comanda o alvoroço! Desapego!
È preciso que se exalam perfumes; flores no lixo, sem estorvo.
Borboletas no estômago, todo dia, pra marcar o não vazio que é viver!
Um comentário:
Já estava sentindo falta dos seus textos... Belíssimo!
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