Eu sem você sou só.
Apartado, desunido, desligado.
Sou perdido, desviado.
Ovelha sem maê, rio sem água.
Verão sem calor, chuva sem frescor!
Sou poeta, faço rimas; sonetos de agonia, trocadilhos de dor.
O sol não me aquece, tão quente ele é.
Passos noites a corujar; esperando...
Sua volta, seu cheiro no ar, seu olhar que me renasce; mão, cabelo, boca e essa pinta singular.
Sorrio...
Meus olhos viram um rio, quase um mar!
Sou poeta diferente; faço trovas de alegria.
Pulo, rezo, faço orgia, rimo o que não têm rimar, sonho, devaneio...
Convido os pássaros à cantar...
Então pela manhã difusa, na sombra da sombra do dia,
vejo seus passos saindo, silenciosos; como se temessem me acordar:
-Veja não estou dormindo! Vigiei-te a noite inteira, e mesmo assim não fui capaz de te fazer ficar!
Sou poeta novamente, vate penitente; em vão esperarei seus passos voltarem.
Mão, cabelo, boca e essa pinta singular.
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