terça-feira, 29 de janeiro de 2008

...

Distraio-me...
Sem saber se a palavra usada é certa.
Distraio-me
Olhando nuvens, que se movem velozes!
A olhar verticalmente a chuva e suas contas
Distraio-me;
Sem nada falar.
Autismo por opção, sem dor.
A dor é aço, corta , sangra
fio de navalha.
Distraio-me.
Esperando Março, águas que virão...
Distraio-me agora, ouvindo Baleiro
Minha obscesão é pequena, ínfima.
Traio-me.
Nem tenho bandeira, mas carrego a distração,
a ação de trair-me.
Distraio-me
A roubar fotos em preto e branco
antigas, remotas...
Distraio-me a procurar sabores...
Sem saber se a palavra usada é certa!
Mas um riso (rio), de cristal invadiu-me;
Abriu-me as comportas como um mar vazado.
O som do rio (riso)...Água doce, desceu-me pela garganta;
o rio riso.
Traio-me com o riso;
Distraio-me com o rio.
Meu filho Samuel.
O amor é pequeno, como pode?
Distraio-me, sem saber se a palavra usada é certa,
mas com certeza é essa!

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