domingo, 24 de junho de 2007

Fim...


...Porque mais uma vez é noite.E passou-se o dia e nem reparei sua luz.

Porque esperei respostas para perguntas simples, mas nem sequer ouviu-se a voz.Porque não tenho mais lado pra olhar, por isso sigo reto.

Porque mais um dia a solidão veio e ficou como o ombro que me segura, como o braço que me abraça e como a boca que me beija.Porque nada sinto, a não ser essa apatia letárgica que me bloqueia a mente e os músculos.Porque não tenho momento, porque não sinto tormento, porque a água é sempre fria!

Porque não ouço sons que vem de fora, e de dentro de mim soam sonatas e acordes, cordas estendidas. como um tenso violino.Porque o caminho está aberto, porque o destino, sempre certo; embora incerto!Porque andorinhas voam sobre mim, mostrando o caminho; o fim do fim, e nem consigo chorar; lágrimas porque?Porque a música toca, o verso recita, o fogo crepita, lareira tumular!

Porque não senti o vento; e essa foi a minha hora mais triste!

Porque nada é para sempre, e o sempre são segundos em qualquer canto do mundo, mundo real ou paralelo.Lágrimas porque?Sal seco na face.

Face a face sem porque!
Foto by Wellington Medeiros.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Sem título...


A flor floresce no estrume.
A dor nasce e não morre.
Vê-se melhor do cume.
O longo caminho escarpado.
O longo caminho.
Contei passos atoa.
Enumerei erros, pecados, tanta coisa...
Vi passar a vida como um estouro de boiada;
Sob a poeira.
Inventei inventos novos.
Comprei um coração.
Paguei pouco, ele nada valia.
Me enganava, me traía.
À cada dia.
Inventou sua dor, como um poeta em desatino.
E apenas nisso acreditava.
Um fingidor.
Acreditou tanto, que sentia a sua dor.E como doía!
Faliu sua condição, maluco.
Nunca mais acredito em nada.

Apanho, apanho todo dia.
Faço versos que exalam; neles faltam poesia!
È minha sina, a dor que eu finjo.

Aberta como uma janela numa casa abandonada!
Batida pelo vento, coberta de poeira, eterno lamento.
Foto by André Oliveira.