domingo, 22 de janeiro de 2012

Fado.



Eu continuo escrevendo.



Dedos , mãos.



Essa chuva cinza.



Os dias de sol.



Os olhares, todas as coisas não ditas.



A turbulência, os sons.



E os reflexos de minha janela de vidro.



A insensatez.



O olhar do meu filho.



A enxurrada vermelha, o vento...



Todas as parabólicas, as parábolas.



Os poemas de outrem.



A alegria simples de ser e estar.



A leveza de não ter bagagem.



A ânsia.



Todos os gestos atemporais e seus sinais.



Meus amigos e suas linhas.



Toda cor em preto e branco.



Todos os livros e seus perfumes guardados!



Toda palavra, garganta.



Toda fotografia não revelada.



Toda lembrança futura e passada.



Eu continuo escrevendo, com a caneta do tempo.



Um livro sem final.