domingo, 23 de agosto de 2009

Desapego...


È preciso não precisar...

Como não se notar a respiração;

o batimento do núcleo.

È preciso largar aberto as portas,

as passagens, os sonhos...

Não se prender á coisas que prendem,

Dominar o domínio.

È preciso o cuidado do desapego;

lamber os lábios ao sabor do medo,

mas sempre deixar ir, correr os pingos

da chuva, as folhas ao vento...

Desapego; fotografar o vento!

Há tempos que são longos e monótonos...

A vida ia, os olhos viam, mas não queriam

pra si, guardavam , como cores na íris inquieta

e deixavam ir, toda aquela embolia, a folia da vida!

È preciso deixar de querer como seu, o mundo, as coisas, o ser!

È preciso não querer modificar os caminhos...

A saliva se faz sem esforço, o osso, o sangue que tece e fia

a bomba que comanda o alvoroço! Desapego!

È preciso que se exalam perfumes; flores no lixo, sem estorvo.

Borboletas no estômago, todo dia, pra marcar o não vazio que é viver!

Um comentário:

Anônimo disse...

Já estava sentindo falta dos seus textos... Belíssimo!