segunda-feira, 18 de junho de 2007

Sem título...


A flor floresce no estrume.
A dor nasce e não morre.
Vê-se melhor do cume.
O longo caminho escarpado.
O longo caminho.
Contei passos atoa.
Enumerei erros, pecados, tanta coisa...
Vi passar a vida como um estouro de boiada;
Sob a poeira.
Inventei inventos novos.
Comprei um coração.
Paguei pouco, ele nada valia.
Me enganava, me traía.
À cada dia.
Inventou sua dor, como um poeta em desatino.
E apenas nisso acreditava.
Um fingidor.
Acreditou tanto, que sentia a sua dor.E como doía!
Faliu sua condição, maluco.
Nunca mais acredito em nada.

Apanho, apanho todo dia.
Faço versos que exalam; neles faltam poesia!
È minha sina, a dor que eu finjo.

Aberta como uma janela numa casa abandonada!
Batida pelo vento, coberta de poeira, eterno lamento.
Foto by André Oliveira.

Um comentário:

Unknown disse...
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