quarta-feira, 30 de maio de 2007

Elemento eu.


...E eu que jurei ser estrela, estrela do dia, elemento.

Pendurei em meu varal ideias e pensamentos, balançados pelo vento!



E eu que jurei ser sol, sol da meia-noite, elemento.

Construí meu castelo com areia e não cimento!



E eu que jurei ser dia. Dia.

Palavra cheia, perduradas em horas;

24 horas vazias!



E eu que jurei ser noite.Noite.

Palavra escura, perduradas em horas,

estreladas em cometas, perdidos na aurora!



E eu que jurei ter sentido.

Descobri-me sem sentido, descobri que sentir;

são muitos sentidos!



E em minha cruel intensidade; extremada palavra, maldade!

Descobri-me elemento, noite, dia, sol, cometa , areia, cimento!

Só não descobri que a dor não deixa de existir.

Ora vem , ora deixa de vir, ora aflora, ora chora!

Mas sempre está, nunca vai embora!



Porque sentir é uma dor que faz hora!

Mas não sentir é morto estar vivo; é como não matizar cores,

sorver sabores; é não viver segundos e com isso deixar de ver o mundo!



Eu sempre olho nos olhos.

Porque tenho medo de perder o momento, o instante, o efémero eterno!

Eu sempre olho, porque olhar é um sentido; e eu quero todos guardados em

meu olhar, em meus poros, nos fios dos meus cabelos, na tinta de minha retina.

Para que quando o vento ventar; eu possa me espalhar, num redemoinho, elemento sozinho...

Pode estar certo, passarei em seu caminho!

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