domingo, 28 de junho de 2009

Divagando...


Moço!O que foi feito da mistura?Essa coisa antiga e dura, dentes, ossos, palavras neurais. Moço, o vento parou aqui,o tempo?Nem sei onde anda... Buscando pinhais, fazendo rodar polém por aí.Moço?Lembra do bambuzal?Agora tem cor de canário,não sei se belga, mas a cor é conhecida quando o sol se amarela. Moço, passei aqui por acaso, mas não sei se foi o ocaso...era o começo de um sem fim!

...Não me julgue. Sua psicologia de boteco é falha.Não espere de mim, o que você não pode dar a si mesmo.Não procure em mim a menor perfeição. Não tente traduzir meus olhares, nem tampouco compreender minhas palavras! Poderia escrever um perfil absoluto; mas prefiro ficar no obsoleto. Eu sou apenas isso.Um ponto, um traço torto.Reticências que jamais findarão. Não serei jamais o que qualquer pessoa queira que eu seja. Sou completamente falha, porque carrego comigo a alcunha de "ser humano”. Sou apenas isso:Pensamentos.Ebulição.Células dispersas. Sobrevivo nas tempestades. Sou apenas isso:Um ser sem metade.

...


Perdi as palavras. Não sei onde foi,nas entrelinhas do que li, sibilou como língua de serpente. Perdi o ponto o nó, atou com fúria, palavras na língua; pode-se conhecer o céu!Perdi-me entre letras soltas na retina, captou-as na endorfina correu neurônios frontais!Suou a mão ao pegar a pena que tece, deslizou ao leu, olhar distante, vendo paisagens visuais!Num céu estrelado, com horas contadas; poucas, mas devastadoras!Ondas engolem a imensidão; já é dia? Ah, vou-me feliz!Mas ficaria.

terça-feira, 23 de junho de 2009


... Deixei a pergunta no ar.

Como se fosse necessário,

tanta interrogação!

A vida passou lenta, como um

caramujo; se arrastando pelo chão.

Decidido a chegar, sem tempo e muito

menos esperar lugar nenhum.

A estrada muito longa...

Às vezes se está distante lado a lado,

até no mesmo quadrado!

No mesmo jardim, tantas flores tão

desiguais, e tão parecidos perfumes;

enganam a narina, embaçam a visão.

A flor perfeita não existe na criação,

nem na efémera solidão!

Todas tão desatentas ao olhar!

Pouco importa o lugar; antes mesmo

que floresça, é bela sua intenção!
Foto Kassius K.

domingo, 21 de junho de 2009

Sutilmente!


Sê, antes de mais nada.
Assim.
Tão desatenta de se!
Para que o olhar que a olhe
seja antes de mais nada, assim;
tão apercebido de ti!
Foto Kassius K.

Domingo. Frio, apesar de insistentes raios solares.
Olhei pela mesma janela, há dois meses olho por ela.
È uma janela nova, diferente; uma janela dentro da janela.
Olhei tão longe! Através do prédio vizinho escurecido, da estrada conhecida e do dia, como um dia de domingo.
Sem saber ao certo o sentido do domingo... Domingo é sempre assim... Me lembrei meio q desapercebida de Sebastião Salgado. Todas as suas cores em preto e branco, todas as suas cores! Lembrei de alguém que caminhava pelo mato; vendo pequenas surpresas a cada instante. Domingo é bom de se andar pelo mato, no inverno, quando nossa respiração fica densa e fria, quando a luz entremeia folhas, e faz seu sedutor jogo de luz e sombra, vê-se orvalhos da noite anterior, pingos miúdos escorridos na poeira... Na minha janela de domingo, almocei fora, em outro prédio,olhei o céu azul com algumas maritacas, pontos verdes distantes.
Algumas árvores nas ruas, tão tremendamente floridas, que acho que confundiram as estações, resquícios da beleza preparada...Domingo!
Foto Sebastião Salgado.