sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A janela.


Sabe aquela moça que abria a janela?
Ela sempre sorria!
Mesmo que não fosse bom o dia.
Mesmo se chovia, e a água escorria...
Era seu dia preferido!
Sabe aquela moça que abria a cortina?
Descortinava o dia.
Mesmo nublado e abafado.
Ela sempre sorria.
Aquela moça de longos cabelos alados...
Que sempre via o que se estava escondido!
Que sempre escondia o que via!
Guardava no olhar, pra depois revelar...
Ela acreditava sempre em alguma coisa boa.
Ela acreditava que sempre sorriria.
Mas a vida, um dia, apareceu sombria.
A moça queria sorrir, mas não conseguia,
e seu peito se debatia, sofria...
Mas ela continuou abrindo a janela, todo dia esperando...
Fosse sol ou chuva que viria, ela sabia;
a beleza existia.
Na clara claridade do sol, nas gotas enevoadas da chuva;
quando tudo era cor!
Então a moça abriu a janela e descobriu:
A janela era ela!

sábado, 3 de novembro de 2007

Pimenta.


...Lá fora o vento uivava.

E eu só pensava, em que mesmo?

Em nada.

Pensava em como eu era chata às vezes.

Emo, psicodélica, vazia, sombria...

Pensava em um amigo que mudou-se.

Foi desembolorar-se em algum lugar perto do mar.

Sentir a maresia.

Deixar de ser mineiro embolorado, pão de queijo dormido.

Opa, nada contra; estou apenas citando frases; mesmo porque não existe alguém tão mineiro quanto eu.Introspecto, calado, viciado em montanhas, intimista como canções mineiras!

Mas não falava disso; pensava em meu amigo, que mudou para perto do mar.

Ele escreve. E bem.

Postarei algo dele aqui qualquer dia desses...

Ele é meio amargo e azedo, coisa de mineiro emborolado!

Meio sociopata, muito seletivo, e cozinha muito bem!

Acho que vai se dar bem, não ficará mais entre escombros, lambendos feridas!

Conseguiu alcançar o ônibus à tempo. E como disse o próprio:


"Descobri que o mundo é pequeno pra mim, pois minha casa é meu corpo"


Vai Pimenta, arder na vida, dar sabor às ondas do mar!

Não esqueça o violão, partituras, o cacto, seus óculos, e a caneca de café da sorte!


O mundo é pequeno, um moínho.

A vida ensina , eu aprendo.

Te deixo solto, não te prendo!