segunda-feira, 21 de abril de 2008

Queda livre.


...Hoje , amanheceu chovendo aqui...
E eu me lembrei de penhascos e precipícios.
De ventos.
Hoje, muito de manhãzinha, eu quis jogar-me,
e muito naturalmente não ter asas.
Apenas sentir a queda, a vertigem.
Somente pelo gosto da dor.
Somente pelo sabor e pelo dissabor.
Eu fechei meus olhos , coisa rara!
E me tornei tão tangente, que até vi o vento.
Eu voei entre abalos sísmicos, olho de furacão.
Eu perdi a razão, e como foi bom!
Hoje, quando amanheceu aqui, nas terras verdes
que me cercam, eu fiz meu abismo, meu precipício,
para me sentir livre!
Eu me joguei sem nenhuma rede lá embaixo, sem asas...
Apenas pelo gosto, pelo gosta da dor!
Pelo sentir que me devora!

Um comentário:

Patthyparaiso disse...

[i]
"E eu, que quis apenas ser eu..."

Voei por aqui... e por sobre todos esses precipícios da alma...
O (des)sabor dos sentimentos...
E o que me mantem viva são as palavras que ainda posso pronunciar.....

Estou sempre passando por aqui... e me identificando com alguns sentimentos que só são comuns aos que por algumas vezes se anulam... E entao, podem ser eles mesmos nas palavras que rabiscam.....


Saudades querida poeta.....

Beijos