sexta-feira, 9 de maio de 2008


...Sempre no caminho das pedras.
Descalço, porque gosto da dor.
Porque anseio o torpor de sentir.
O ir e vir de todo dia.
Nuvens de algodão no céu, desenham
minha alma disforme, ou sempre de
alguma forma.
Eu vi muito cedo a dor de viver.
Mas eu a cumprimentei sorrindo!
Era um sorriso rasgado de quem vez por outra,
se abdica da loucura; alguém que procura a cura.
Eu mergulhei muito cedo nesse mar, sou um objeto
variável e inconstante, mutante, camaleônico.
Mas eu carrego em mim a ânsia, de buscar sempre
além dos jardins, de encontrar no ermo, o lugar.
Mesmo que seja meio do nada.
Mesmo que eu seja só palavras.
Quem consegue ver-me, me vê.
Mesmo com lacunas abertas,e essa
doce e estranha agonia, de sempre estar a um passo
de nada ter, mas sempre ver.
Mesmo com o olhar escondido, mesmo na diferença
do ser, eu procuro.
Sem óculos escuros.
Se é fardo, eu carrego.
Se é sina, eu assino.

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