terça-feira, 15 de junho de 2010

Percepções.

...E eu ainda continuo soprando as mãos com meu hálito de bala halls.
È um gesto involuntário, de tempos.
Ao entrar no ónibus, o repeti sem ver; pela lembrança, pelo frio.
Pequenas percepções sensoriais.
A moça da poltrona à frente, tirou um pequeno espelho de bolsa
para retocar o batom; o que me fez reparar em suas unhas.
Eram unhas bonitas. Curvadas, longas, de onde a cor sangue brotava
do esmalte. Pequenas percepções...
Olhei para as minhas próprias unhas.Eram pequenas, curtas, e raramente esmaltadas.
Alguma cutícula aparecia.
Analogicamante muito diferentes das unhas da moça da
poltrona à frente.
Olhei novamente minhas mãos. Tão normais!
Brancas e pequenas, as unhas curtas, os dedos nodosos...
Me esqueci daquilo.
Os vidros das janelas escorriam água de frio, a poltrona apertada,
e a distância do engarrafamento.
Sim, era como se estivéssemos mesmo dentro de uma garrafa...
Apertei a blusa de lã, soprei as mãos e esperei o sono.

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