domingo, 1 de julho de 2007

A Morte do Rei...


...Quando o dia se punha, pouco antes do rei sol ir dormir; o menino saiu à rua.

Cantarolava baixinho uma canção só sua, e carregava no ombro seu instrumento de ver espetáculos grátis.

No alto do morro que subia, parou sua bicicleta, magrela antiga, e olhou.

Onde quer que olhasse, ele sempre via, espectros fantásticos, poeira de ouro subindo, levitando no suave calor de inverno!Varal de roupa colorido, ou atalhos em preto e branco, coisas incertas que ora existiam e ora se esvaíam.

O menino pensava na beleza visível das coisas rotineiras, e por isso mesmo sempre invisível à quase todos, mas guardava tudo que via, fotografia! E pensava na grafia das coisas escondidas, ou quase...ele lia, ele sabia.

Por isso no começo do crepúsculo sempre corria, e era tão normal, ver a beleza se escondendo, ofuscando, gritante em seu silêncio, e ele sozinho via, guardava, condensava na retina, lente de aumento!

Tudo ali, todas as cores do mundo, não era difícil ver, mas tinha que ser um pouco antes, antes do sol se pôr e escrever seu poema, soneto de todo dia, melâncolica harmonia de um rei morto e renascido todo dia!
Fotos by
http://www.flickr.com/photos/meinframer/

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi. Sou Samara. Cheguei aqui sem querer, sem expectativas, uma manhã comum. Gostei do que escreve, me identifiquei com seu olhar.
Leio mais daqui a pouco e, se puder, comento.
Dias fartos para você.

Unknown disse...

não sei o que é pior, se são as fotos do Gap, ou os seus textos...puta que pariu, que mania que vcs têm de fazer as coisas bem feito...

Unknown disse...

não sei o que é pior, se são as fotos do Gap, ou os seus textos...puta que pariu, que mania que vcs têm de fazer as coisas bem feito...