segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Monólogo.


...O que quer de mim?
Carne?
Alma?
Aflição?
Se nada podes dar-me.
Se palavras aderiram-se às suas paredes;
elas não dizem nada.
Secaram minha raiz, deixaram-me por um triz!
Caminhei em via-sacra, quase calvário; mas caminhei.
Nem mais o açoite de seu olhar, em meu calado falar.
Nem mesmo o dia -noite, e as feridas no cerne do coração!
Nada podes dar-me.
E mesmo que queira, ainda que almeje; nada podes tirar-me!
Porque já não existo, fundi-me aos elementos;
tornei-me aço!

Nenhum comentário: