domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sonatas.

Devo estar fugindo...
Soa, soa ao longe, barulho de sino.
Mas não ao meu ouvido;
são sonatas, acordes de violino!
Canções rameiras, na estrada de terra,
essa terra verde que me cerca.
Soa, soa ao longe...
No limbo de meu ouvido.
Farfalha a língua ao falar, falha.
Vejo montanhas de neve...
Vejo montanhas, onde eu possa descansar meu olhar.
È ilusão?
Não sei, me responda!
Ou esconda.
Hoje é apenas um dia antes de amanhã.
E amanhã é talvez, quem sabe...
O hoje ainda está aqui.
Eu o procurei no sorriso, na neblina do dia quando me levantei.
Eu olhei com a retina descoberta, olhei para o alvorecer, e que belo era!
Me deram palavras para que eu as transformasse.
Como se manipulasse odores, eu inventei alquimia.
Eu vi a lua no céu quando ninguém via.
O dragão existia, cuspiu fogo; mas não a tomava, apenas iludia...
Me deram palavras para que eu inventasse versos; não sou poeta, como faria?
Mas fiz, e saiu algo que por vezes inebria!
Coma a lua que só, sorria!

Nenhum comentário: