quinta-feira, 24 de maio de 2007

A causa e o efeito.


O homem tomou no gargalo.

Sorveu até o talo.

Caiu na sarjeta, entre copinhos de sorvete e maços de cigarros.



Espumou pela boca.

Bafo de Sonrisal;

e os pés inchados, não tinham chinelos!



Para tal feito, saíra de casa pela matina.

Apagou o abajur, digo lamparina!

Olhou as crianças no leito, catre seria mais direito.

E foi-se sovado e digno.



Mas na tarde finda, a dignidade se foi,

também foi-se o sovado ( o pão).

Não restou nada, miserentos centavos.

A sarjeta virou cama, irmanou-se aos demais!

Lembrou-se da mulher na casinha, dos filhos, na vizinha...

Cobertor esfarrapado, e aquilo que ela usava não era uma calcinha!


Por isso, verteu no gargalo, entornou até o talo.

Espumou.

Virou-se de lado, aconchegado ao meio fio,

e sorrindo com a boca em derrame, sonhou!

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