sexta-feira, 11 de maio de 2007

Procura.

Sobre pontes e sob o céu, vagueio.
Caminho na multidão, caminho só, na solidão.
Meu olhar espreita cada rosto, na luz do dia, ou
na difusa claridade lunar!
Procuro, talvez nem saiba quando encontrar!
Talvez nem reconheça o olhar!
E palavras ficarão perdidas no desencontro.
Perdidas no ar, captadas pelo espaço.
Sozinhos, eu e meu coração de aço!
Avanço a neblina.
Avanço a distância.
Avanço contra dia e noite;
eu e meu coração em açoite.
Escuridão silenciosa.
Com um paz pecaminosa, avanço,
eu e meu coração de criança!
Antena parabólica, capto.
Sob arranha-céus, sob estrelas perdidas;
avanço.
Eu e meu coração aflito!
Levemente sinto.
Desaparecem pessoas.
Praças vazias.
Silêncio gritante.
Chego, encontro, avanço!
Eu e meu coração figurante!
Cortina se fecha, espetáculo incendeia;
eu e meu coração relógio, ampulheta de areia...
Desfez-se na voragem.
Veio só.
Eu e meu coração selvagem!

Nenhum comentário: