sábado, 5 de maio de 2007

She.

Eu sem você sou só.
Apartado, desunido, desligado.
Sou perdido, desviado.
Ovelha sem maê, rio sem água.
Verão sem calor, chuva sem frescor!
Sou poeta, faço rimas; sonetos de agonia, trocadilhos de dor.
O sol não me aquece, tão quente ele é.
Passos noites a corujar; esperando...
Sua volta, seu cheiro no ar, seu olhar que me renasce; mão, cabelo, boca e essa pinta singular.
Sorrio...
Meus olhos viram um rio, quase um mar!
Sou poeta diferente; faço trovas de alegria.
Pulo, rezo, faço orgia, rimo o que não têm rimar, sonho, devaneio...
Convido os pássaros à cantar...
Então pela manhã difusa, na sombra da sombra do dia,
vejo seus passos saindo, silenciosos; como se temessem me acordar:
-Veja não estou dormindo! Vigiei-te a noite inteira, e mesmo assim não fui capaz de te fazer ficar!
Sou poeta novamente, vate penitente; em vão esperarei seus passos voltarem.
Mão, cabelo, boca e essa pinta singular.

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