quarta-feira, 23 de maio de 2007

Em mim vêem o que querem...e conseguem!


...Em mim vêem o que querem.

O que não sou, e o que gostariam que eu fosse.

Vêem atalhos para estradas que não escolhi, e estradas que não passam por mim!

Vêem pleonasmos, delicadezas, sutilezas.

Vêem sempre o que gostariam de ver em si próprios.

Em mim vêem o que querem.

Armadura, fortaleza, desdém.

Vêem com olhos distorcidos, com óculos escuros!

Me vêem como a louca da aldeia, a estranha de plantão!

Em mim vêem ouvidos pacientes e frases que apaziguam;

mas injetam-me seringas de ironia, desaferrolham meu ser, transformam meu espírito em coisa vadia!

E sempre tentam me transformar em nada.

Mas sempre se esquecem; que o nada é algo sem medida, sem tamanho, sem começo nem fim!

O nada é uma palavra não inventada, sem verbete, sem tradução...

Em mim vêem o que querem, e que conseguem:

Nada.

3 comentários:

Anônimo disse...

vim, vi e gostei! :)

vc é boa nisso!

depois tenho algumas considerações a fazer. nada demais. talvez seja até imbecilidade minha, mas... é isso.

gabriel

Lycaon disse...

Eles visualizam ou tentam impôr uma representação de si mesmos, do nada tentando avançar sobre ser.
Mas o ser sem mantem por si mesmo.
Excelente.

Anônimo disse...

É melhor fingir se ingênuo, burro ou calhorda. Ou inocênte demais ou vazio demais para ver o outro. Porque ninguém, mas ninguém quer pagar o preço de conhecer realmente o outro e estar irremediavelmente comprometido com uma escolha.