domingo, 22 de abril de 2007

Apatia....


...Era domingo...
E realmente nem sabia porque acordara.
Estava frio e nublado e certamente mais tarde a precipitação pluviométrica viria, cair em total monotonia no telhado.
Sentou-se na cama, braços escorados nos joelhos, queixo nas mãos; profunda confusão!
Olhou para o quarto; seu quarto quase vazio; cheio somente de presenças infinitas...
Olfato sensibilizado!
Audição ligada!
Todos os sentidos alertados.
Para o nada.
Nada mais havia ali, além de fantasmas cansados!
Expectros falidos, ar carregado!
A dor de sentir que tudo se foi, e para sempre...
Edredom, travesseiro, e até o velho mosquiteiro, companheiro de solidão.
Dia sim , dia não, e o próximo não sabia !
E até a almofada no chão, dia claro ou escuridão!
Poeira.
O não sentir depois de sentir tanto!
Apatia.
Dor que seduzia.
Seus olhos doíam!
Porque o amor doí, e o querer destrói?
E o fim sempre corrói?
A alma se cansa da dor do corpo. e o corpo quer estar morto.
Pra não se sentir...
Perfumes idos...
Tela borrada de cores perdidas.
Desbotada pela chuva lá fora.
Amor que vai embora...
Outra vez a dor chora!
Até quando...?
Ontem, hoje, amanhã, agora!
Na parede o relógio bate:
"Sem hora, sem hora, sem hora...!"

Nenhum comentário: