quinta-feira, 12 de abril de 2007

Garça Branca...Primeiro Ato.

...Ela chegou.
Algumas vidas atrasadas, mas chegou.
Sorriu como se aquilo bastasse, e bastou.
Andou por entre seres invisíveis com suas longas pernas de garça branca.
Sorriu novamente e se desculpou:
-Andei muito, entre tantos infinitos!Me perdi tanto, procurando aquilo que me faltava, voei sem asas e cheguei aqui.Vou me sentar e descansar, pois agora estou em casa.

Sentou-se com suas pernas longas de garça branca, mostrando um vislumbre do paraíso, tirou o cabelo negro da testa com um gesto atemporal, um gesto de infância.Olhou docemente como como quem espera ver uma bela paísagem!
Sorriu.

Sua boca estava sempre sorrindo!
Rodou com seu belo vestiso vaporoso como asas de borboleta!
Mostrando silhuetas, encantando estátuas, ofuscando ninfas; ruborizada, escandalosa,cheia de promessas, cheia de vida!
Todas as flores se matizaram para vê-la; sem inveja, sem rancor, como se ela trouxesse o sol.
Sorriu com os olhos, com a boca, com o corpo todo!
Dançou com pés descalços na grama molhada, mostrando suas longas pernas de garça branca.

Um comentário:

Unknown disse...

Val, vc tem o dom de escrever com sentimento. Sempre acredita no que escreve, sente...
Este é um dos meus preferidos. É forte, verdadeiro. Gosto sempre de ler o que vc escreve, sentir o que o íntimo do que vc escreve, as vezes leio e penso o que será que ela pensou quando escrevia isso. Seus poemas são a mais pura tradução de vc mesma um eu só seu desconhecido e analítico das coisas...incrível!
É preciso continuar...não deixe que nada mate sua inspiração....e a gente agradece!
Bjos carinhosos e respeitosos a vc!

Silvia.