quinta-feira, 12 de abril de 2007

Garça Branca...Terceiro Ato.


...Ela virou-se.
Tão suavemente, que o tempo nem notou.
Olhou-me com seus olhos, faróis, tão distraidamente que o tempo nem respirou!
Senti seu olhar sobre cada poro do meu ser, tão discretamente como o vento; que não se ve, mas se sente infinitamente.Tentei falar, mas faltou palavra, tentei sorrir, mas faltou expressão, eu era nada, ela era tudo; o tudo do meu nada!
Èramos seres no mundo.E o mundo era silêncio!
Seus olhos, faróis, impregnaram-se em mim como um clarão de manhã; fui seu dono, mesmo sabendo do inevitável abandono.
Afoguei-me.
Ela sorriu e seus olhos, faróis iluminaram-me para sempre.
Agasalhou-me sob suas asas brancas e sedosas, abraçou-me com braços, pernas e corpo.Lavou-me a alma; não com água, mas com fogo!Lava de vulcão; e eu de extinto tornei-me a própria erupção!

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