sábado, 14 de abril de 2007

Fuga...

Janela aberta, fuga...
Para que o vento entre e traga o ar.
Porque o ar é o mesmo aqui e em todo lugar.
Bendito ar, que é o mesmo que respiras estando aqui ou em qualquer lugar; perto ou longe de mim, em abismos ou céus sem fim, no asfalto quente ou na água fria de sua banheira vazia.
Vazia de mim agora, a rua da sua casa chora!
No interfone com metálica voz, ou na foto dentro do livro; a desbotar seu tom, a perder a forma como perdemos nós.
Que o vento traga o ar!
Maldito ar, que trás seu perfume, qualquer coisa agora de vulgar; pois quero dizer-te frases feias, como se fala quando se quer matar, ou morrer de amor!
Ar, que se infiltra e se instala, que me falta e que me fala, de suspiros que ouvi, quando ainda estavas aqui; fugindo da chuva lá fora.
Molhada, sorrindo um riso sem fim, talvez já com pena de mim,
não via seu riso nervoso; dizendo adeus a outonos, palavras sem frases...
Parando o ar .
Lá fora, carros passavam, vidros fechados, sem adeus nem mãos a acenar!

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