quarta-feira, 11 de abril de 2007

Nós...separados!


...Quero que me esqueças; e não se lembres mais.
Ao amanhecer, em frios lençóis a abraçar-te, esqueça-me...
E à mesa, ao tomar café, não se lembre mais de nem um gesto meu.Virei fumaça do seu capuccino, neblina...
Partículas invisíveis que nunca enxergou!
Virei silêncio calado, que nunca falou!
Virei vapor no banheiro, água quente do chuveiro...
Esvai-me pelo ralo, e você ironizou.
Só agora que seu café esfria notou.
A falta de alguma coisa familiar, talvez um cheiro peculiar, sua
alma metade sem par!
Da janela, sopra o vento em que me tornei, cadeira balança;
não quero vingança, quero que vivas à me esperar , do quarto á
sala de jantar!Murmuro, esqueça-me!
Mão, coração, cabeça; esqueça-me!
Esqueça-me entre paredes de mar, paraíso lunar!
Esqueça-me no esquecimento!
Desbotou-me a vida, fotografia partida, dividiu-se nós dois:
Tornei-me vento sozinho, você, solidão sem caminho, somos areia
e mar; breve encontro lambido, zumbido de concha no ouvido,
vou indo, preciso voar!

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