sexta-feira, 13 de abril de 2007

Lacunas.

...Estou fora de mim, e visito com melancolia meus aposentos desertos.Cômodos empoeirados e vazios.
Olho furtivo na fechadura, nas paredes ranhuras.
Casamatas vazias.
O que escondiam?
Que nem agora posso ver?
Surreal viagem à uma alma surreal e fria!
Busco o dia que virá clarear minha noite sem lareira; estou sem eira nem beira.

Abro os olhos, retina nervosa.
Fixo o ponto fica, e nem sei , mas sei.
A noite ainda pernoita, é longe a aurora.
Perambulo entre paredes de mim e talvez esse eu não tenha fim!
Olho furtivo na fechadura, nas paredes amargura!
E sua cor é bonita!Me fita e me encara, e a dor não para.
No vão da escada, nada...
Degraus para descer ou subir, mas nunca estagnar como água parada!
Saio de mim.Não tenho volta e nem pra onde ir; a noite ri.
Sim, ela ainda está aqui!
Tornei-me ela; par singular, não espero mais o dia nem a suave claridade do seu despertar!Escondo feridas de toda uma vida!
Amargura furtiva.
Olho no olho da fechadura, que me olha de volta com candura!
É sempre noite em mim, essa casa tão escura!

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